domingo, 1 de junho de 2008

Nada de título para você.

(...) certas tardes eu simplesmente preciso sair de casa, nem que seja pra dar uma volta na vizinhança (se o sol não estiver forte). Mas a maioria das vezes eu subo no primeiro ônibus e vou embora. Não sei pra onde,
e nem sei por que. Só vou.
E do caminho eu ligo pra alguém, em mais uma de minhas tentativas frustradas de 'visitar amigos'; mas eles nunca estão. Ou não querem estar. Não pra mim, não agora. Então eu sento na janela, e fico olhando as coisas passarem, tão freneticamente como uma roda gigante desgovernada.
Eu realmente amo esse tempo que passamos sozinhos, entre nossa casa e nosso destino, nos muitos transportes públicos dessa cidade. São esses trinta minutos, em que nos sentamos, e simplesmente esperamos chegar ao nosso destino, que podem significar muito.
A primeira coisa que passava na minha cabeça, quando eu ainda frequentava o colégio, e vivia correndo, era que esse era meu tempo de PARAR. Porque por mais atolado que se esteja, não há nada que se possa fazer no ônibus, apenas sentar e esperar. E é ai que vem as melhores coisas. As melhores idéias. E você vê todas aquelas pessoas, que nunca encontrou antes. Indo sabe-se lá pra onde. E o que estará passando na cabeça delas aquele momento?
Oh, a moça de vestido vermelho, entrou cheia de sacolas. Deve estar vindo de algum shopping próximo. Ela mexe muito no cabelo e tem olhos incrivelmente azuis. O homem alto a seu lado a observa.
E eu sempre penso, se já vi alguma daquelas pessoas antes. Ou se verei alguma outra vez.